Capítulo 40

Chegamos no hospital e fomos direto encontrar alguém que nos desse informação , óbvio que ao me verem ali ficaram assustados e tumultuou um pouco , mas depois tudo foi tranquilo e nos levaram até a doutora que estava cuidando do caso deles :

- O estado das meninas é grave sim e a Andresa ainda está desacordada.

- MEU DEUS ! O que aconteceu com as minhas filhas , doutora ?

- Bateram a cabecinha no painel do carro. O cinto que estavam usando rompeu. Essa foi a informação que os bombeiros nos passaram.

Sentei em uma cadeira aquilo era muito pra mim , não fazia tanto tempo que eu tinha descoberto que elas eram as minhas filhas de verdade e agora me acontece aquilo :

- Cadê a minha filha , as minhas netas ? – perguntou o André , o pai da Andressa que tinha acabado de chegar no hospital , ele tinha saído com a Mariana , mãe dela.

- As meninas estão na UTI , o caso é grave. E a Andressa está em um quarto ainda desacordada. Eu peço que esperem aqui – a doutora que estava por perto o informou.

- UTI ? Minhas netas , é grave – ele se ajoelhou em frente a médica. – Por favor , não deixa elas morrerem , elas são a minha vida , elas não tem pai , eu sou o pai delas.

- Eu sou o pai delas – disse em meio as lágrimas , ele tinha que saber.

- Luan , eu sei o quanto você considera o pai delas , você sempre esteve presente na vida das minhas netas. Mas ...

- Ele está falando a verdade , André – disse Isabelle. Ele se levantou e ficou me encarando por algum tempo.

- Eu não acredito , Luan. Você é o cara que abandonou a minha filha , grávida ? Logo você ? Porque você fez isso , seu covarde ? – André começou a me empurrar e querer me bater ali na frente de todos , me levantei e olhei para ele ainda nervoso.

- Eu não sabia ! – foram as únicas palavras que saíram da minha boca.

- COMO NÃO SABIA ? SEU DESGRAÇADO , SUAS FILHAS PASSARAM ESSE TEMPO INTEIRO NECESSITANDO DA PRESENÇA DE UM PAI BIÓLOGICO , VOCÊ SEMPRE POR PERTO E NUNCA DISSE NADA PRA ANDRESSA E NEM PRA GENTE.

- Ele não sabia , André. Para com isso , aqui é um hospital , tio – Isabelle afastava ele de perto de mim. Tirei o papel do exame de dentro do bolso da calça.

- Faz alguns meses que eu soube que elas eram as minhas filhas , mas eu só tive a certeza hoje. Andressa não queria me dizer e quando pegamos o exame de DNA , ela sabendo que eu iria atrás das minhas filhas , pra poder falar com elas , passar uma tarde com elas. Saiu do condomínio as pressas e acabou acontecendo isso , me entenda.

Passou uma equipe de médicos naquela hora ao nosso lado , eles estavam cuidando do caso das minhas filhas , avisou algo a doutora que estava conosco e ela saiu correndo sem nos avisar. Mas eu também corri atrás dela :

- Não esconde nada , o que houve ?

- A Laura teve uma convulsão. Eu preciso ir ...

- Deixa eu ir com você , por favor. Eu quero ver a minha filha , faz pouco tempo que eu sei que ela é a minha filha , me deixa ir com você.

- Luan eu não posso deixar , me desculpa.

- Por favor , doutora é a minha filha.

- Tudo bem , vem comigo.

Segui ela em silêncio , limpando o meu rosto , já que as lágrimas tinham tomado conta. Entrei em um corredor que deixou todos os meu pelos arrepiados :

- Fique aqui e quando estiver resolvido lá dentro , você verá a sua filha.

- Não deixa ela morrer , por favor.

- Ela não vai morrer , fica calmo.

Quase uma hora fiquei esperando , mas a doutora não me deixou na mão. Me levou até um outro corredor , mas disse que eu não iria entrar no quarto. Dava para ver a minha pequena de um vidro , ela estava deitada na maca , com alguns aparelhos e com os olhinhos fechados , aquilo me matou demais. Queria que as dores que ela estivesse sentindo , alguma coisa de ruim que ela estivesse sentindo , fosse em mim. Fiquei muito tempo olhando ela daquele jeito e rezando para que ela ficasse bem :

- Posso ver a Júlia ? Ela está melhor ?

- Sim , ainda na UTI para recuperação. Mas está melhor , você pode até entrar no quarto para vê-la – segui a doutora novamente e entrei em um quarto ,a Júlia também estava desacordada , mas eu poderia ficar ao seu lado.

- Oi meu amor , o papai está aqui – beijei o seu rostinho , ela não sabia quem seria o papai dela , apesar que eu até tinha pedido que elas me chamassem de pai , eu tive que falar o meu nome. – É o Luan ! Abre os olhinhos pra mim , estou louco pra poder ver seus olhos lindos e poder conversar com você , como eu sempre faço.

- Luan , ela está te ouvindo. Mas demos o sedativo.

- Ah ! Ela não abre os olhos ?

- Agora não , está dormindo.

- Não pode acordar ?

- (risos) Quando o efeito do remédio passar , ela vai acordar. Agora irei ver como anda a Andressa , já está acordada no quarto ,mas temos que fazer um exame nela , a outra doutora , a pediatra das meninas irá vim daqui a pouco ver a Júlia.

- Certo , posso ficar aqui ? Avisa para o avó dela e para a Isabelle , por favor.

- Pode fica aqui , mas não por muito tempo daqui a pouco tem que ir embora.

Irei avisá-los – fiquei no quarto com a Júlia , já que a doutora me deixou ali. Não parei um minuto de conversar com ela , mas não acordou , beijei seu rostinho e voltei para a recepção , encontrando a Mariana , sua mãe.