Capítulo 35

- Deixa a mamãe abrir a porta aqui – abri a porta e encontrei o Luan sem camisa , apenas de bermuda e com um boné. Ele estava me olhando diferente , até perceber que eu estava só de lingerie em sua frente , fechei a porta na sua cara e corri para vestir as minhas roupas , mas ele abriu a porta.

- Eu já vi tudo , né ? Vim aqui ver a minha pequenininha , como você está meu amor ? Melhorzinha , a febre passou ? -  perguntou o Luan se jogando no colchão o qual eu tinha dormido , pegou a Laura e colocou ao seu lado.

- Passou sim , Luan.

- Me chama de papai ? – peguei uma almofada e joguei nele. – O que ?

- Ainda não ! Está muito apressadinho pro meu gosto.

- Eu sou o pai , tenho o direito de ouvir elas me chamando disso.

- Fala baixo ! Podem escutar.

- As paredes ? Porque não tem ninguém em casa.

- Cadê a Jade ?

- Viajou , foi pra cidade dos pais bem cedinho. Eu disse que você estava aqui , mas acho que ela veio e como estava trancado , desistiu e foi embora.

- Então eu preciso sair daqui , ela deve ter colocado detetives para ver alguma coisa entre nós dois. O que não vai acontecer , óbvio.

- Veste uma roupa , por favor.

- Eu estou vestindo , tenha calma.

- Sabe cozinhar alguma coisa ?

- Claro que sei , não sou você.

- Como sabe que eu não sei cozinhar ?

- Você é uma pessoa muito lerda.

- É mesmo ? Em outras coisas eu não sou lerdo não é ?

- Para ! – vesti a minha roupa. – Filhas , vamos pra casa ?

- Ué , não vão ficar ? Vou ficar nessa casa sozinho.

- Você quer ficar com elas ? Eu vou em casa.

- Pode fazer um café da manhã ? Eu não sei fazer nada.

- Eu irei fazer porque as minhas filhas estão aqui e eu não quero que elas fiquem com fome. Mas eu não sou sua empregada. Laura , não fica descalça você teve febre noite passada , filha – esperei que ela calçasse seu chinelinho e depois sai do quarto acompanhada do Luan e das meninas , fomos na cozinha.

Preparei um café da manhã para eles , apesar do Luan ter me feito muita raiva enquanto eu fazia o café deles , eu deixei tudo arrumadinho. Fiquei quieta , vendo a cena do pai tomando café da manhã com as filhas , aquela cena que eu sempre sonhei em ver um dia , também sempre sonhei em um dia fazer um café da manhã para o Luan , mesmo que nem tivesse nossas filhas , eu seria queria ter aquela aproximação dele , acompanhar seus olhos por todos os lugares da casa , sorrir com ele , brincar e até brigar , ver suas caras e bocas. Luan percebeu que eu não tirava os olhos dele :

- O que foi ? Não quer comer ? – me perguntou.

- Não , obrigada ! – respirei fundo e olhei para as minhas filhas. – Júlia e Laura , prestem atenção na mamãe.

Elas me olharam , mas continuaram a comer o seu pão que pela a cara delas deveria está maravilhoso , junto com o suco de melancia :

- Há dois anos atrás o papai de vocês  plantou duas sementinha dentro da mamãe.E quando completou quatro meses -  mostrei para elas o  número quatro com as mãos , elas sabiam alguns número já que na escolinha ensinava aquilo. – A mamãe descobriu que essas duas sementinhas , se transformou em duas menininhas que se mexia demais na barriga da mamãe – fechei os olhos para não chorar , lembrando da primeira vez que elas se mexeram. – E a primeira vez que essas menininhas se mexeram , foi quando o papai delas colocou a mão na barriga da mamãe , ali foi a primeira vez – olhei para o Luan e sorri. – Passou um tempão e elas nasceram , lindas , bem pequenininhas , mas lindas , a cara do papai delas. E vocês um dia me perguntaram , porque o Luan não é o nosso papai , lembram ? – acho que elas não estavam me entendendo bem , pois não me responderam.  – Bom ! Sabe esse rapaz aqui , que vocês gostam de montão ?

Elas sorriram para o Luan , pude ver que ele tinha parado de comer e ficou prestando atenção nas coisas que eu estava dizendo , os seus olhos estavam marejados :

- Ele é o pai de vocês. Mas perdoem por ter escondido esse tempo todo , me perdoa , Luan. Eu já te expliquei o tamanho do meu medo de você virar as costas pra mim , eu não quero que você sinta raiva de mim , não quero que  me trate diferente  - segurei a mão do Luan. – Eu te amo muito , muito mesmo. A prova do meu amor , é que eu não me relacionei com ninguém depois de você , o meu primeiro beijo depois de ter as minhas filhas , foi você quem me deu ontem.