terça-feira, 9 de julho de 2013

Capítulo 18

- Luan ? Que surpresa , você por aqui – disse a minha mãe.
- Olá , Mariana. Eu vim aqui fazer uma visita rápida pra Andressa , eu e a Jade trouxemos um presentinho para suas netas – ele sorria e olhava pra mim , mas eu desviava o olhar e observava as enfermeiras passando ao nosso lado.
- Muito obrigada , Luan – minha mãe falou.
- Andressa , boa sorte – Jade falou me dando um abraço.
- Obrigada , Jade. Agora eu preciso dar uma voltinha , estou sentindo algumas contrações. E se eu ficar parada , não vou aguentar.
- Você quer ajuda ? – perguntou Luan.
- Obrigada , Luan ! Vamos , mãe ? – segurei a mão da minha mãe e sai andando , sem nem me despedir do Luan. Eu não queria que ele tivesse ido ali com sua namorada , na verdade eu nem queria que ele estivesse ido me ver.
- Eu vou indo então , só viemos aqui te desejar sorte e te entregar esse presente.
- Muito obrigada , obrigada mesmo – continuei andando. Luan segurou a minha mão e apertou forte ela , mas logo puxei. Naquele dia eu realmente não queria nenhuma aproximação vinda dele , eu queria esquecer de tudo o que tinha acontecido entre nós dois e esquecer também que ele era o pai das minhas filhas , assim seria bem melhor.
Luan e Jade se despediram da minha mãe com um abraço apertado , Jade ainda me deu um beijo no rosto e me desejou sorte mais uma vez e foi embora.
- Você nunca tratou o Luan assim com frieza.
- Mãe , eu estou em trabalho de parto. Não iria ficar dando toda atenção pro Luan assim. E ele também tem compromisso , tinha que ser rápido.
- Nossa ! Nunca falou assim do Luan , não estou te reconhecendo.
- Vamos andar, mãe – puxei sua mão e saímos andando. A bolsa estourou durante essa voltinha e tive que voltar para o quarto as pressas. – Já vai nascer ? Aí ...
- Vai sim ... Já vamos te encaminhar para a sala de parto.
Aquela enfermeira saiu do quarto e passou anos sem voltar. Minha mãe me levou para o banheiro onde eu tomei banho , fiquei mais de meia hora no chuveiro. E quando sai percebi que ficar no chuveiro era bom. Eu ainda aguentava as contrações em qualquer posição : sentada, deitada, agachada , de quatro. Ás 18:30 ás contrações estavam um pouco mais fortes e quando vinham eu tinha que parar de falar , mas estavam completamente suportáveis. Suportáveis , porém eu já não conseguia anotar a hora.
Quando elas vinham eu ficava ajoelhada na poltrona com a cabeça encostada no encosto do sofá e doía muito. Elas começaram a vir a cada 3 minutos , ás vezes dois , quando vinham eu falava : vai passar , vai passar ... está passando ... passou.
Eu já tinha tentado todas as posições : deitada de lado , sentada , de quatro , agachada ... Nada era bom ! As contrações duravam quase um minuto.
Uma enfermeira entrou no quarto e colocou duas cintas na minha barriga com dois ‘’ negócios ‘’ redondos. Me deu um botão e mandou eu apertar cada vez que sentisse o bebê se mexer. Foi então que começou uma dor insuportável. Na verdade eu comecei a sentir meus ossos do quadril e pélvis queimar. Queimava tanto ! Quando tinha uma contração ela começava com a barriga dura , doía , mas logo começava a queimar.
A enfermeira entrou mais uma vez no quarto e disse que eu não tinha apertado o botão nenhuma vez e que eu teria que ficar lá mais um pouco. Ah ! Apertei o botão  um monte de vezes mesmo sem sentir minhas filhas se mexendo.
Eu sentia cada movimento das minhas filhas dentro de mim e elas se mexeram muito , sentia cada contração , cada dor diferente. Todas ás vezes que saia líquido eu pedia para a minha mãe olhar e ver se estava clarinho e ela sempre confirmava. A dor foi aumentando e de repente eu vomitei. Uma auxiliar veio e perguntou se eu queria ir para o banho. Eu estava largada em cima do vômito e falei : Não  ! Quero ficar aqui pra sempre. Engraçado , depois de vomitar fiquei tão mole. Não sei se vomitei de dor ou de tanta água que eu estava bebendo. Dor muita dor e eu chamava Deus , minha avós Francisca , lembrava de todas as mulheres que já pariram e que tiveram forçar para aquilo , pensava nas pessoas que me escreveram dizendo.
Já na sala de parto , a médica que tinha me acompanhado durante a minha gestação foi trocada por sua irmã , sim ela também era obstetra e muito simpática. Toda dor tinha acabado , eu já não sentia minhas pernas , depois de uma anestesia nas costas.
E dois minutos depois de eu estar na sala de parto escutei o choro das minhas duas princesas , na verdade uma já chorou assim que nasceu e a outra demorou um pouco para chorar , eu até me assustei por ter escutado no começo apenas um chorinho.
Colocaram as duas em cima de mim e eu pude beijar o rostinho delas :
- Quem vai ser a Júlia e a Laura ?

- Essa eu sei que é a Júlia – respondi passando a mão na menininha que tinha o rostinho mais redondinho. A outra tinha o rostinho mais magrinho , rosadinho. – Essa aqui é a minha Laurinha , minha linda. Sejam bem-vindas , meu amor. 

2 comentários:

  1. Luan vai ficar uma arara qnd sonhar q as meninas sao filhas dele! Quero ver ate qnd ela vai esconder isso, ja passou tempo suficiente! Babado!!!

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